PROJETO LETRAS EM CENA | Reserve sua senha, clicando aqui.
Este projeto acontece sempre às segundas-feiras, 19h30, no MASP.
De Paulo Henrique Pessoa. Direção de Xico Abreu. Leitura de Rubrica de Nyrce Lezyn. Com Tania Alves, Vera Setta, Fernando Assis, Xico Abreu, Lívia Izar e Chico Carvalho.
A abertura com o ator Stefanni Marion lendo “A Febre”, de Sylvia Plath e Ted Hughes e Luísa Helene lendo “Roda Entre Paredes”, de Sandra Ciccone Ginez.
O ex-Prefeito da cidade de Manaus e ex-Ministro das Relações Exteriores, Romualdo Di Capri, está passando por maus bocados quando detalhes de sua vida íntima e profissional podem vir à tona graças à personalidade mau caráter de seu assessor e braço direito Mário Jorge Gonçalves. Num grande virar de mesas, Mário Jorge ameaça tornar público todas as falcatruas do patrão, caso não consiga o que deseja. O timing não poderia ser pior para Romualdo, que ao mesmo tempo em que retorna a capital do Amazonas, almeja obstinadamente o cargo para governador, usufruindo de sua atual cotação com a alta sociedade local, conseguida através do lobby de sua esposa socialite Rita Di Capri, uma perua do visual descombinado que deseja todos os holofotes com a inauguração de seu novo apartamento em um prédio luxuoso na orla da Ponta Negra. Em meio à situação, Franca, mãe de Rita, aproveita o retorno de sua filha e genro à cidade para usufruir do estilo de vida ao qual havia deixado de se refestelar a anos com a morte prematura de seu marido deputado, vindo a morrer na miséria graças a sua suposta honestidade.
Tudo começa quando Rita, alheia aos acontecimentos à sua volta, assina uns documentos que podem vir a incriminar seu marido. Enlouquecido com a alienação da mulher, Romualdo tenta comprar meio mundo, inclusive Mário Jorge, para poder sair do alvo de uma possível CPI e garantir o lançamento de sua candidatura oficial. A família, derrubada à categoria de golpistas, transformam o apartamento numa verdadeira trincheira de armadilhas, lidando uns com os outros como se lutassem pela sobrevivência numa selva qualquer. Não sem antes… Garantir o seu quinhão.
Apresentação:
Costuma-se dizer por aquelas bandas do Norte de que a cidade de Manaus seria um lugar inabitável graças ao seu calor escaldante, causador primordial do minuto de baré leseira ao nativo. A brincadeira soa pedante e infelizmente deixa de comentar elementos piores que não deixam de assolar o local. Entre facínoras e bon vivants pertencentes aos círculos sociais mais influentes, a cidade vai se construído com base na máxima brasileira de que aqui é tudo “no pessoal”, embora exista a predominância de um discurso contrário.
O texto, escrito como um expectorante num desejo já antigo de criar este relato cômico acerca do tema ganhou mais fôlego graças a atual visibilidade mundial em torno da Amazônia, renegada desde o fim dos áureos tempos da borracha. Intitulada de “Terra de Ninguém” por muitos, talvez ainda influenciados pela política do Tratado de Tordesilhas, a floresta entra no cerne da discussão através da verve alucinada de uma família de políticos locais, fazendo o público rir desses representantes, ao mesmo tempo fazendo-os relembrar da imensidão deste país, numa reflexão sobre o quanto de miserabilidade e roubalheira desconhecida existem em regiões as quais a imprensa não entra (ou é impedida de entrar).
Tu Nunca Serás Liverpool brinca com a inferioridade do brasileiro, outorgada por ele próprio, num país impune em que a vontade de ser o outro, infelizmente, sempre lhe foi cara. Sendo desta vez, a nossa grama indiscutivelmente mais verde que a do vizinho.
O Autor:
Manauense, vivendo em São Paulo, Paulo Henrique Pessoa cursa há quatro anos Comunicação Social com habilitação em Rádio & Televisão na Universidade Cásper Líbero. Já tendo cursado A Poética Aristotélica com o roteirista americano Adrian Steinway, e roteiros para comédias de televisão com Maria Carmem Barbosa, possui em seu currículo duas peças teatrais em fase de captação no Rio de Janeiro. Também criou a escaleta, em parceria com Newton Canitto (Redator chefe de Cidade dos Homens) para o roteiro do longa metragem baseado na peça de Juca de Oliveira “Qualquer Gato Vira-lata tem uma Vida Sexual Mais Sadia que a Nossa” . Atualmente, dedica-se ao roteiro cinematográfico da comédia “Carmem Miranda: Com Bananas na Cabeça” .
*Release: Letras em Cena
Cíntia, também me diverti muito! Muito bom o texto do seu amigo! Agora, começaram minhas aulas, que pena que não vai rolar mais de assistir as leituras das segundas-feiras… :(
CurtirCurtir
Estive na peça ontem e ri muito.
O Manaus, como é conhecido o PH na faculdade, é um gênio. Deu orgulho ver meu amigo no palco, aplaudido de pé.
Abraços.
Cíntia
CurtirCurtir