Ingmar Bergman nasceu na cidade de Upsala, Suécia, em 1918. Filho de um pastor autoritário, teve a infância marcada pela educação religiosa. Bergman cedo manifestou o gosto pelo espetáculo. Aos 9 anos, trocou seus soldados de chumbo por um projetor doméstico de filmes. Mais tarde, fabricou sozinho um teatro de marionetes para promover apresentações familiares. Depois dos estudos na universidade, dirige um grupo de teatro amador e monta, em 1938, sua primeira peça. Em 1945, depois de experiências como roteirista da Svensk Filmindustri, uma das principais companhias produtoras da indústria cinematográfica nórdica, dirige seu primeiro filme, Crise (Kris). Celebrado por cineastas como Jean-Luc Godard e Woody Allen, Bergman forjou um universo formal próprio, em sintonia com a idéia de cinema de autor, marcado por enquadramentos trabalhados, ângulos insólitos de câmera, uso de closes e tomadas de nuvens, lagos e bosques – procedimentos plenamente integrados à psicologia de suas personagens. Tornou-se célebre pelo conjunto de assuntos que filmou obsessivamente – a dúvida religiosa, pecado e culpa, os dramas conjugais e a exaltação do caráter feminino – e pelas parcerias que manteve com profissionais como o fotógrafo Sven Nykvist e, sobretudo, com belas mulheres como as atrizes Liv Ulmann, Bibi Andersson e Harriet Andersson. Ingmar Bergman faleceu no dia 30 de julho de 2007. Ao longo de sua rica trajetória artística, dirigiu 54 filmes, entre títulos feitos para o cinema e para a televisão, e 126 peças teatrais, além de ter mantido uma intensa carreira como dramaturgo. A Cinemateca Brasileira exibe 11 títulos de sua extensa carreira, incluindo alguns clássicos como Morangos silvestres, O sétimo selo, Gritos e sussurros, A fonte da donzela e seu último trabalho, Saraband, inédito no circuito comercial.
SALA CINEMATECA / PETROBRAS
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana -próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: 3512-6111 (ramal 210) / 3512-6101
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Exibições em DVD com entrada franca
Atenção: Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de Escolas Públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.
Confira a programação, clique
01/09 – sábado
15h30
Saraband
18h00
Cenas de um casamento
21h10
Gritos e sussurros
02/09 – domingo
15h00
Da vida das marionetes
17h00
A fonte da donzela
19h00
Gritos e sussurros
21h00
Morangos silvestres
05/09 – quarta
17h00
O silêncio
19h00
Uma lição de amor
21h00
O ovo da serpente
06/09 – quinta
17h00
O sétimo selo
19h00
A fonte da donzela
21h00
A flauta mágica
07/09 – sexta
14h30
Saraband
17h00
Uma lição de amor
19h00
O ovo da serpente
21h15
Morangos silvestres
08/09 – sábado
15h30
A flauta mágica
18h00
CURTA CINEMATECA
19h30
O silêncio
21h20
Da vida das marionetes
09/09 – domingo
14h00
Cenas de um casamento
17h00
O sétimo selo
FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES
Cenas de um casamento (Scener ur ett äktenskap), de Ingmar Bergman
Suécia, 1973, 35mm, cor, 167’
Liv Ullmann, Bibi Andersson, Erland Josephson, Jan Malmsjö
Versão para cinema da minissérie de TV dirigida por Bergman, originalmente rodada em 16mm. Muitos críticos reconheceram neste filme ecos da vida amorosa do diretor. Liv Ullmann e Erland Josephson interpretam o casal Marianne e Johan, personagens emblemáticas dos filmes de Bergman, dedicados à análise da vida conjugal.
Da vida das marionetes (Aus dem leben der marionetten), de Ingmar Bergman
Suécia/Alemanha, 1980, 35mm, pb/cor, 104’
Robert Atzorn, Heinz Bennent, Martin Benrath, Toni Berger
Realizado durante o exílio de Bergman na Alemanha, o filme reúne um dos casais de Cenas de um casamento. A fotografia de Sven Nykvist exerce primorosa função dramática neste filme que recompõe, numa narrativa não-linear, os motivos que levaram um homem a cometer um assassinato.
A flauta mágica (Trollflöjten), de Ingmar Bergman
Suécia, 1975, 35mm, cor, 135’
Josef Köstlinger, Irma Urrila, Britt-Marie Aruhn, Ingmar Bergman
Recriação cinematográfica da famosa ópera de Mozart. O filme mantém o delicado equilíbrio entre composição musical, encenação e imagens tipicamente bergmanianas. Em A flauta mágica, o cineasta renovou temas caros à sua obra como a dúvida religiosa, os problemas conjugais e a exaltação do caráter feminino. Neste bem-sucedido “filme-ópera”, um jovem tenta resgatar uma bela princesa das garras do pai.
A fonte da donzela (Jungfrukällan), de Ingmar Bergman
Suécia, 1960, 35mm, pb, 89’
Max Von Sydow, Birgitta Valberg, Gunnel Lindblom, Birgitta Pettersson
Bergman retorna à Idade Média, fascinado, como em O sétimo selo, por seu imaginário, seus contrastes e excessos. Baseado em uma lenda medieval, narra a história de uma jovem, filha de cristãos fervorosos, violentada e morta por pastores.
Gritos e sussurros (Viskningar och rop), de Ingmar Bergman
Suécia, 1972, 35mm, cor, 106’
Liv Ullmann, Ingrid Thulin, Harriet Andersson, Kari Sylwan
Um dos mais bem acabados filmes do diretor. Novamente, o trabalho de Sven Nykvist marca este drama intimista onde sobressaem-se rostos femininos. Gritos e sussurros dialoga com o universo das peças de Tchékhov ao mergulhar sua narrativa no seio de uma burguesia em decadência. Numa casa de campo, uma mulher à beira da morte recebe os cuidados de suas duas irmãs e de uma dedicada empregada.
Uma lição de amor (En lektion i kärlek), de Ingmar Bergman
Suécia, 1954, 35mm, pb, 96’
Eva Dahlbeck, Gunnar Björnstrand, Yvonne Lombard, Harriet Andersson
Em Uma lição de amor, Bergman se utiliza de influências das antigas comédias mudas de Mauritz Stiller e dos filmes americanos de Ernest Lubitsch. Toda a história é contada em flash-backs e a maior parte da ação se passa dentro de um trem, onde um médico e sua antiga esposa reencontram-se para, juntos, relembrar o relacionamento que tiveram.
Morangos silvestres (Smultronstället), de Ingmar Bergman
Suécia, 1957, 35mm, pb, 91’
Victor Sjöström, Bibi Andersson, Ingrid Thulin, Gunnar Björnstrand
A caminho de uma cerimônia de premiação numa universidade, um médico é assediado por situações e personagens que o conduzem a um mergulho em sua vida pregressa. Narrativa memorialista protagonizada por uma das figuras mais consagradas do cinema sueco, Victor Sjöström.
O ovo da serpente (The serpent’s egg), de Ingmar Bergman
Estados Unidos/Alemanha, 1977, 35mm, cor, 120’
David Carradine, Liv Ullmann, Heinz Bennent, Isolde Barth
Por este filme, Bergman foi acusado pela crítica de ter abandonado seus temas em favor de um cinema de grande público. Produzido pelo renomado Dino De Laurentis, O ovo da serpente foi um fiasco de bilheteria. Em 1923, na Berlim decadente do pós-Primeira Guerra, um trapezista americano apaixona-se por uma cantora de cabaré.
O sétimo selo (Det sjunde inseglet), de Ingmar Bergman
Suécia, 1957, 35mm, pb, 96’
Max Von Sydow, Bengt Ekerot, Bibi Andersson, Gunnar Björnstrand
Produção modesta, quase inteiramente rodada em estúdio. Seu roteiro foi escrito a partir de uma peça que Bergman montou quando ministrava aulas numa escola de teatro. Além da peça, o autor também inspirou-se em Carmina Burana, famosa cantata de Carl Orff, baseada em canções de viajantes medievais que percorreram a Europa nos anos da peste negra. Aqui, um cavaleiro, interpretado por Max Von Sydow, retorna das Cruzadas e depara-se com o horror da peste.
O silêncio (Tystnaden), de Ingmar Bergman
Suécia, 1963, 35mm, pb, 96’
Ingrid Thulin, Gunnel Lindblom, Jörgen Lindström, Birger Malmsten
Último dos três filmes que compõem a Trilogia do silêncio, formada ainda por Através de um espelho (1961) e Luz de inverno (1962). Neste filme, os diálogos são restritamente utilizados em favor das imagens pontuadas por músicas de Bach. Duas irmãs e um menino, filho de uma delas, viajam para a Suécia. Durante a jornada, hospedam-se num estranho e deserto hotel.
Saraband (idem), de Ingmar Bergman
Suécia/Itália/Alemanha/Finlândia/Dinamarca, 2003, vídeo, cor, 120’
Liv Ullmann, Erland Josephson, Börje Ahlstedt, Julia Dufvenius
Exibição em DVD
Último filme do diretor, concebido quando Bergman trabalhava na tradução de uma peça de Henrik Ibsen, um de seus autores prediletos. Saraband foi rodado para a TV em vídeo de alta definição. Bergman retoma aqui o casal de Cenas de uma casamento sueco, interpretado por Liv Ullmann e Erland Josephson, e temas caros a seu cinema como a morte, a família e as relações conjugais.